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domingo, 25 de outubro de 2009

Sites sobre Teoria das Relações Internacionais


A fim de incentivar o debate teórico de Relações Internacionais no Brasil, remediar a carência de material e fontes sobre Teoria das Relações Internacionais (TRI) no País e o desinteresse com que a disciplina é tratada na maioria dos cursos de graduação brasileiros, o blog Urbi et Orbi sugere dois sites muito interessantes sobre o assunto:

1) Theory Talks

Criado pelo holandês Peer Schouten, o Theory Talks publica entrevistas com os mais destacados acadêmicos de RI, desde Alexander Wendt, passando por Joseph Nye e indo até Robert Keohane, Immanuel Wallerstein e Stephen Walt. Lá, é possível ter contato com o "estado da arte" de TRI e com os debates mais atualizados em Relações Internacionais. Fonte indispensável para os estudiosos de TRI.


2) International Relations Theory

Embora o layout do site deixe a desejar, ele contém vídeos e artigos de uma extensa lista de teóricos das RI's. Muitos dos artigos elencados no IRT foram publicados em revistas acadêmicas de circulação restrita, indexados em portais como o JSTOR ou o Wiley, e estão disponíveis para a leitura do público interessado.


3) IR Theory

O IR Theory também não prima pelo layout, mas possui uma extensa lista explicativa de paradigmas, abordagens e teorias de Relações Internacionais. Lá, o leitor deparar-se-á com conceitos como a teoria do equilíbrio de poder, imperialismo, institucionalismo neoliberal, realismo periférico e pós-internacionalismo. O autor do site, Mark Beavis, convida os estudiosos a contribuir com a redação de textos e a sugestão de novos conceitos.


Se você conhece mais algum site interessante de TRI, coloque sua sugestão nos comentários. Afinal, este blog é feito com a sua participação!

Crédito da foto: Getty Images.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Ensaio-manifesto por um paradigma autenticamente brasileiro das Relações Internacionais

A instituição do curso de Relações Internacionais no Brasil é relativamente recente, datando de 1974, com a formação do primeiro curso na Universidade de Brasília (UnB). Não obstante, durante esses 35 anos formou-se uma massa crítica nos circuitos militares, diplomáticos e acadêmicos, que passou a exercer pressão social para a construção de uma teoria das Relações Internacionais sob o prisma brasileiro. Apesar disso, a preponderância do tradicional debate anglo-saxão entre idealismo e realismo – só atualmente animado pelas contribuições de paradigmas emergentes, como o construtivismo, por exemplo – de certa forma sufocou uma produção teórica autóctone, configurando o que Amado Luiz Cervo chamou de “pensamento sem teoria”.

Como ponto de partida para a ereção de um paradigma autenticamente brasileiro das Relações Internacionais, podemos considerar os seguintes elementos, que podem perfeitamente se juntar a muitos outros, dependendo das escolhas metodológicas de cada estudioso:

• o “acumulado histórico” da diplomacia brasileira (o pacifismo, o juridicismo, o realismo/pragmatismo etc.) conforme Cervo o concebe;

• as teses geopolíticas formuladas no Brasil e para o Brasil por pensadores como Therezinha Castro e Golbery do Couto e Silva; e

• a condição de “dependência” estrutural latino-americana, de acordo com as teses de Celso Furtado e Theotonio dos Santos, para quem o país encontra-se na periferia do sistema mundial do capitalismo devido às assimetrias históricas do comércio e da economia internacionais.

Enfim, o status do Brasil como “potência média” e como pólo economicamente emergente dentro de um sistema internacional de tendência multipolar torna pedra angular a formação de uma teoria brasileira das Relações Internacionais. Só ela legará aos tomadores de decisão brasileiros uma perspectiva em consonância com a nossa realidade nacional, com o objetivo último de formular uma política externa defensora dos interesses nacionais em uma “era dos gigantes”, como diria Samuel Pinheiro Guimarães.