segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Sobre países e animais

Sobre países e animais

Dentro do processo de criação de uma nação, é fundamental que ela esteja fundada em um conjunto de mitos e símbolos (verdadeiros ou inventados) que dêem coesão social e sentimento de pertencimento a ela. Entre eles podemos citar hinos, brasões, canções e heróis. Esquece-se, entretanto, da figura do animal nacional, ou seja, um bicho que corporifique todas as virtudes (e defeitos) atribuídas à nação em questão.

A tarefa de atribuir-se um animal à nação não cabe, porém, a legislações e editos governamentais - não existe artigo na Constituição Francesa que fale que o galo é o símbolo nacional, por exemplo. Encarrega-se dela a cultura popular, principalmente jornais e cartuns, que acabam criando um imaginário popular que nos leva automaticamente à associação entre países e animais.

Logo, a Rússia é o urso, os Estados Unidos são a águia, o Reino Unido é o leão, a França é o galo, o Irã é o gato (o persa), a Itália é o lobo, a Austrália é o canguru, a Nova Zelândia é o kiwi (o pássaro, não a fruta!) e a China é o dragão ou o panda.

Interessante é notar como os países herdeiros de grandes impérios geralmente possuem como animal nacional um bicho que não faz parte de sua fauna. Reino Unido, Holanda e Bélgica possuem como "mascote" o leão, a fim de demonstrar a extensão de seus (finados) impérios e associar-se às qualidades do animal, especialmente a força.

Tigres, lhamas e condores são os animais nacionais de determinadas regiões do mundo. Os tigres estão presentes no Sul e Sudeste Asiáticos, as lhamas os condores na América do Sul.

Agora resta saber qual é o animal nacional do Brasil. Arara, jaguatirica? Qual outro? Será que não sabemos ainda por causa de nossa sortida fauna ou por que não temos as características da brasilidade?

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Essa é para quem acha que RI não é divertido!

Essa é para quem ainda acha que as RI's não têm graça.

Com um quê de teatralidade planejada sovieticamente, saiu hoje à tarde a notícia de que Vladimir Putin, que ainda não sabe se é presidente ou primeiro-ministro da Rússia, atirou um dardo tranqüilizante em um tigre siberiano que rondava jornalistas que o observavam -- quem ameaçava mais os jornalistas: Putin ou o tigre?

Há boatos de que o tigre tenha fugido do circo de Tbilisi, capital da Geórgia, em conseqüência da guerra. Chechênia, Litvinenko, Geórgia, o coitado do tigre... quem será agora o alvo da mira certeira da AK-47 de Putin?

sábado, 30 de agosto de 2008

"Estou me formando. E agora?"

Não tenham dúvidas de que esta é a mais autobiográfica das minhas postagens. E não é para menos: estou no oitavo período do curso de Relações Internacionais, com a "água" da monografia batendo no pescoço e me perguntando sobre o que farei depois de formado.

Estar no oitavo período do curso de RI, ou seja, a menos de seis meses de ganhar o canudo (essa parte ficou meio estranho, não é mesmo?), é uma sensação complexa. Por um lado, é muito agradável saber que em breve não precisarei mais passar pelas catracas (ensino privado tem dessas coisas!), aturar a pedagogia medieval de alguns professores, tolerar os desmandos da instituição e, com isso, poderei alçar vôos maiores. Sob um outro prisma, porém, já me traz melancolia e nostalgia perceber que estou na "terceira idade" do curso. Como participei do Centro Acadêmico da minha faculdade e conversei com muitas pessoas sobre isso, pude detectar alguns sintomas desta velhice:

1) você não está mais na vanguarda festeira do seu curso, isto é, você não está mais empenhado em organizar trotes, festas e churrascos;
2) você deixou de conhecer a maioria das pessoas da faculdade e não sabe o nome das muitas que já conhece (cumprimenta-as no corredor com os clássicos "fala grande" ou "como é que está doutor?"); e
3) você não é mais convidado com tanta freqüência para os churrascos, que passaram a ser organizados pelos mais calouros.

Ter a "água" da monografia batendo no pescoço não é agradável para ninguém. Isto não é novidade. É neste momento que nós internacionalistas, com a nossa flexibilidade e tolerância, devemos transcender a noção do tempo e nos privarmos de algumas de nossas necessidades fisiológicas -- calma!, estou me referindo somente ao sono -- em nome de um bem maior. Sinceramente acredito que esforços como este enobrecem o ser humano.

O que farei depois da formatura? Eis a pergunta que não quer calar. Academia, diplomacia, iniciativa privada, consultorias, ONG's, organizações internacionais? Muitos autores dizem que uma das causas do mal-estar da "pós-modernidade" (adoro estes termos-coringa!) é justamente esta fartura de opções.