segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Bolsas de estudos para pós-graduação no Canadá

Encontram-se abertas as inscrições para o Programa Vanier de Bolsas de Estudo de Pós-Graduação no Canadá. Este competitivo programa faz parte da estratégia de desenvolvimento científico-tecnológico e econômico do Canadá e visa atrair e reter estudantes de doutorado que se destaquem por suas realizações em pesquisas de pós-graduação nas áreas de ciências sociais e humanas, ciências naturais, engenharia e saúde, e que tenham capacidade de liderança.

A bolsa é de $50.000,00 dólares canadenses anuais, com duração de, no máximo, três anos e o processo de seleção está aberto a candidatos canadenses e internacionais.


Os candidatos serão avaliados pelo seu desempenho acadêmico e profissional, verificado por meio dos resultados acadêmicos, prêmios e distinções, programa de estudo e potencial contribuição para o avanço do conhecimento, experiências profissionais e acadêmicas relevantes, envolvimento com a comunidade, publicações, apresentações em conferências e cartas de recomendação.


Para concorrer a uma bolsa, os estudantes devem ter sua candidatura apresentada por uma universidade canadense que tenha cotas do Programa Vanier de Bolsas de Estudo de Pós-Graduação do Canadá. Os estudantes internacionais que não estejam matriculados em uma universidade canadense deverão definir em qual departamento e em qual universidade canadense, que esteja inserida no programa de cotas do Programa Vanier, desejam realizar seu doutorado e contatar os responsáveis e professores do referido departamento, manifestando seu interesse em candidatar-se à bolsa. Informações adicionais sobre o Programa Vanier podem ser obtidas no documento anexo, bem como no site www.vanier.gc.ca, incluindo os prazos para submissão de candidaturas.


Informações adicionais podem ser obtidas em:


Embaixada do Canadá


Assessoria para Assuntos de Educação


Tel.: (61) 3424-5425


E-mail: academic.bsb@international.gc.ca


Fonte: http://mundorama.net/2009/08/31/evento-bolsas-de-estudos-para-pos-graduacao-no-canada/

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Periódicos (I)



Esta é a primeira de uma série de postagens que serão feitas nos próximos meses, com indicações de periódicos nacionais e estrangeiros na área de Relações Internacionais. Começaremos pelos mais difundidos em nossa disciplina, o que não impede que tenhamos leitores que ainda não os conheçam. Sugestões são extremamente bem-vindas:

1)
Foreign Affairs
Fundada em 1922 e editada pelo poderoso
think tank norte-americano Council on Foreign Relations, é considerada a mais influente revista acadêmica de Relações Internacionais, com artigos e ensaios de chefes de Estado e personalidades proeminentes no cenário mundial, como George Kennan, Henry Kissinger e Barack Obama.
Idioma: Inglês
Editor: James F. Hoge, Jr.
Periodicidade: Bimensal
ISSN: 0015-7120


2)
Foreign Policy
Fundada em 1970 por Samuel Huntington, entre outros, a Foreign Policy transformou-se em uma revista dedicada ao público mais amplo, focando nas tendências do cenário internacional. Seu
website é alimentado diariamente por vários ensaios e reportagens sobre os aspectos mais instigantes da vida mundial. Vale dar uma olhada no Failed States Index e nos Top 10 sobre as coisas mais curiosas e inesperadas das relações internacionais (Ex: o recente Top 10 sobre as coisas mais loucas já ditas em um discurso na ONU).
Idioma: Inglês
Editor: Moisés Naím
Periodicidade: Bimensal
ISSN: 0015-7228

3)
Revista Brasileira de Política Internacional (RBPI)
Criada em 1958 pelo
Instituto Brasileiro de Relações Internacionais (IBRI), a RBPI foi concebida com a missão de promover a reflexão, a pesquisa e o debate acadêmico sobre relações internacionais e sobre a política exterior do Brasil. É o mais antigo periódico brasileiro sobre o tema e abriga as contribuições da elite intelectual-acadêmica de RI do País.
Idioma: Português (artigos ocasionais em Espanhol e Inglês)
Editor: Antônio Carlos Lessa
Periodicidade: Semestral
ISSN: 0034-7329

Crédito da Foto:
Getty Images

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Declaração conjunta russo-israelense ou sobre como os Estados interpretam a História



President of Russia - Official Web Portal - August 18, 2009

Presidents of Russia and Israel condemned attempts to distort the history of World War Two, and deny the crime of the Holocaust and the enormous contribution of the Soviet Union in the victory over Nazi Germany.

Mr Medvedev and Shimon Peres adopted a joint statement in connection with the forthcoming 70th anniversary of the beginning of the Second World War.

The statement by the two presidents expresses their outrage at attempts to deny the enormous contribution of the Soviet Union in the victory over Nazi Germany and question the crime of the Holocaust. The leaders of Russia and Israel call for a strong ‘No’ in response to those who distort the tragic events and main outcome of the Second World War.

The statement notes that Jews fought together with Russians and other peoples of the Soviet Union in the Red Army, an army which played a key role in determining the outcome of the war, and that Russian and Jewish peoples fought together against Hitlerism and racism.

In his statement to journalists, Mr Medvedev emphasized that the distortion of history that favours given political scenarios or the heroization of Nazi collaborators is unacceptable.

According to Shimon Peres, Israel has a special relationship with Russia and will never forget Russia's contribution to the victory over Nazism. If it were not for Russia's participation in the war, the President of Israel said, the world was unlikely to have been able to defeat that threat.



Recebi hoje esta declaração da assessoria de imprensa do Presidente Medvedev, que pode ser acessada no site do Kremlin (http://www.kremlin.ru/eng/text/themes/2009/08/181947_220972.shtml). O que me chamou a atenção no texto é que ele esquece -- muito convenientemente, por sinal -- o arraigado anti-semitismo que existia na antiga União Soviética. Este é mais um exemplo de como os Estados interpretam seletivamente a História de acordo com os seus próprios objetivos políticos. Dessa forma, não é nem um pouco interessante rememorar os pogroms do Império Russo ou o envio de judeus aos gulags stalinistas, tudo em nome da amizade entre Tel-Aviv e Moscou.


* Crédito da Foto:
Getty Images.

domingo, 16 de agosto de 2009

Uma breve introdução aos partidos políticos mexicanos

Jesús Alejandro Alcantar Salinas*

No México são três os principais partidos políticos que repartem o poder: o PRI [Partido Revolucionario Institucional], o PRD [Partido de la Revolución Democrática] e o PAN [Partido Acción Nacional]. Há, também, outros partidos, porém, de pouca representação. Alguns deles são: o PT [Partido del Trabajo] e o Partido Verde Ecologista.
O PRI esteve na presidência do país durante mais de 70 anos sem interrupção alguma. Somente nas eleições federais do ano 2000 deixou “Los Pinos” [a residência do presidente mexicano]. É considerado um partido de centro, mas durante o transcurso dos anos tem adotado posturas muito liberais e outras mais de “esquerda”. Foi no governo priista de Carlos Salinas de Gortari (1988-1994) que foi assinado o “Tratado de Libre Comercio de América del Norte” ou NAFTA.
O PRD foi fundado no fim da década de 1980 por Cuauhtemoc Cárdenas, filho do ex-presidente mexicano Lázaro Cárdenas. No partido há diferentes correntes da “esquerda” mexicana. Nas ultimas eleições federais (2006), no momento de maior auge do partido, o candidato Andrés Manuel López Obrador perdeu por menos de 0,6% dos votos para o PAN.
O PAN foi fundado no fim da década de 1930 e o atual presidente mexicano, Felipe Calderón, pertence a este partido. É um grupo político de “direita”, mas dentro do partido há correntes de centro e de “extrema direita”. Tradicionalmente é ligado à Igreja Católica.
Nas eleições para presidente do ano 2000, o PAN foi a surpresa. A população mexicana elegeu o candidato panista Vicente Fox. Esta foi a melhor e única opção que os eleitores encontraram para poder tirar o PRI do poder. Após mais de sete décadas, o poder mudou de mãos. Aquelas foram umas eleições históricas!
Porém, o governo de Fox (2000-2006) passou com poucas conquistas. Foi um período sem grandes ações e muito controvertido pelas inumeráveis gafes do ex-presidente mexicano. Muito pelo contrário, teve uma política externa desastrada e muito alinhada com os interesses dos Estados Unidos. Teve vários impasses diplomáticos, entre eles com Cuba e Venezuela. A esperança de mudança em relação aos feitos do PRI nunca chegou. Foi mais um governo pouco marcante e sem avanços significativos.
A atual administração de Felipe Calderón (2006-2012) tem demonstrado algo diferente (ele pertence a um grupo menos radical e mais pragmático dentro do seu partido). Tem sido adotada uma política externa mais responsável e marcante, as políticas macroeconômicas não têm sido tão liberais quanto se esperava (com algumas exceções) e inclusive têm sido colocados em prática alguns projetos sociais que tinham sido idealizados por partidos políticos de “esquerda”. A principal “bandeira” deste governo tem sido a guerra ao tráfico de drogas.
No entanto, o aumento da violência gerada pelos confrontos entre cartéis de traficantes, polícia e exército e a má reputação do governo de Vicente Fox e outros governos estaduais em mãos dos panistas têm debilitado o Partido Acción Nacional.
O golpe mais forte ao PAN aconteceu nas eleições legislativas de 5 de julho passado, quando perdeu a maioria no Congresso. Mas Calderón e o seu partido perderem margem de manobra na política nacional não foi a principal surpresa. O que ninguém poderia imaginar há alguns anos no país aconteceu: o PRI se converteu novamente em maioria.
Após as eleições de julho, o PRI reapareceu fortalecido, não só por ter conseguido a maioria no Congresso Nacional, mas pelo fato de o PAN e o PRD, por causa da derrota e de vários assuntos internos e externos, estarem muito fragilizados.
Neste momento, o Partido Acción Nacional e o Partido de la Revolución Democrática estão muito divididos. Há uma disputa interna pelo poder dos partidos e as diferentes correntes estão se enfrentando e se responsabilizando pela derrota nas eleições. Nos dois partidos tem havido expulsões, mudanças de cargos internos e há amplos debates quanto ao seu rumo e objetivos.
Paralelamente à violência provocada pela guerra ao tráfico de drogas, estão os prejuízos da crise financeira e da gripe suína no país (queda do PIB) e a queda da produção da PEMEX [estatal mexicana do petróleo] e por consequência do orçamento do governo federal. Sem dúvida alguma, com tudo isto, o mais afetado será o PAN.
Portanto, uma coisa é certa: as eleições federais de 2012 vão ser disputadas, sem um partido político como favorito. Mas o PRI, como forca reestruturada, terá uma oportunidade real de disputar o poder. Da gestão atual do PAN vai depender muito o resultado que colocará um novo presidente no México daqui a três anos. Só resta esperar para poder ver e analisar o comportamento, as estratégias e os resultados dos três principais partidos políticos mexicanos que irão disputar a presidência da República em 2012.

* Analista internacional mexicano, é especialista nos assuntos relacionados à OEA e observador do cenário partidário e da política externa do México.

** Os créditos da foto são da Getty Images.